domingo, 24 de agosto de 2014

João 3.16

    Na cidade de São Paulo, numa noite fria e escura de inverno, um garotinho vendia balas para conseguir alguns trocados. Mas o frio estava tão intenso que as pessoas já não paravam mais quando ele oferecia-lhes suas balas. Não conseguindo vender mais nada, ele sentou na escada em frente a uma loja observando o movimento das pessoas. Sem que ele percebesse, um policial se aproximou.

    - Está perdido, filho?

    O garoto balançou a cabeça, fazendo sinal negativo.

   - Só estou pensando onde vou passar a noite. Normalmente durmo em minha caixa de papelão, perto do correio, mas hoje o frio está terrível. O senhor sabe me dizer se há algum lugar onde eu possa passar esta noite? O policial observou-o por alguns instantes e coçou a cabeça, pensativo.

   - Se você descer por esta rua, lá em baixo vai encontrar um casarão branco. Chegando lá, bata na porta e, quando atenderem, apenas diga “João 3. 16”.

     Assim fez o garoto. Desceu a rua estreita e quando chegou em frente ao casarão branco, subiu os degraus da escada e bateu na porta. Quem atendeu foi uma mulher idosa, de feição bondosa.

   - João 3.16. - disse ele, sem entender direito.

   - Entre, meu filho. - A voz era meiga e agradável.

    Assim que ele entrou, foi conduzido por ela até a cozinha onde havia uma cadeira de balanço antiga, bem ao lado de um velho fogão de lenha aceso.

   - Sente-se, filho, e espere um instantinho, tá?

    O garoto se sentou e, enquanto observava a bondosa mulher se afastar, pensou consigo mesmo: “João 3.16... Eu não entendo o que isso significa, mas sei que aquece a um garoto com frio”. Pouco tempo depois a mulher voltou.

   - Você está com fome? - Perguntou ela.

   - Estou um pouquinho, sim. Há dois dias que não como nada...

    A mulher então o levou até a sala de jantar. Rapidamente o garoto sentou-se à mesa e começou a comer até não agüentar mais.

    Então ele pensou consigo mesmo: “João 3.16...
 
    Eu não entendo o que isso significa, mas sei que mata a fome de um garoto faminto”. Depois a bondosa senhora o levou ao andar superior, onde se encontrava um quartinho com uma banheira cheia de água quente. Tomou um belo banho, como há muito tempo não fazia.

    Enquanto passava o sabonete pelo corpo pensou consigo mesmo: “João 3.16...

    Eu não entendo o que isso significa, mas sei que torna limpo um garoto que há muito tempo estava sujo”. Cerca de meia hora depois, a mulher voltou e levou o garoto até um quarto onde havia uma cama de madeira, antiga, mas grande e confortável. Ela o abraçou, deu-lhe um beijo na testa e, após deitá-lo na cama, desligou a luz e saiu. Ele se virou para o canto e ficou imóvel, observando a garoa que caía do outro lado do vidro da janela.

    E ali, confortável como nunca, ele pensou consigo mesmo: “João 3.16...

     Eu não entendo o que isso significa mas sei que dá repouso a um garoto cansado”. No outro dia, a senhora preparou o café da manhã. Quando o garoto terminou de comer, ela o levou até a cadeira de balanço, próximo ao fogão de lenha.

     Depois seguiu até uma prateleira e apanhou um livro grande, de capa escura. Era uma Bíblia. Ela voltou, sentou-se numa outra cadeira, próxima ao garoto e olhou dentro dos olhos dele, de maneira doce e amigável.

   - Você entende João 3.16, filho?

   - Não, senhora... eu não entendo... A primeira vez que ouvi isso foi ontem à noite... foi um policial que falou...

    Ela concordou com a cabeça, abriu a Bíblia em João 3.16 e começou a explicar sobre Jesus.

    E, enquanto lágrimas de felicidade deixavam seus olhos e rolavam face abaixo, ele pensou consigo mesmo: “João 3.16... ainda não entendo muito bem o que isso significa, mas agora sei que isso faz um garoto perdido se sentir realmente feliz. Isso faz a vida valer a pena!!!”
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho para que todo aquele que nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).


Fonte: Esposa de joelho Marido de pé

Nenhum comentário:

Postar um comentário